George Foreman morre aos 76; Tyson e Holyfield prestam homenagens a lenda do boxe

George Foreman morre aos 76; Tyson e Holyfield prestam homenagens a lenda do boxe nov, 22 2025

George Edward Foreman, um dos nomes mais icônicos da história do boxe, faleceu em 21 de março de 2025, aos 76 anos, em Houston, Texas. A causa da morte não foi divulgada — nem pela família, nem por autoridades médicas — mas o impacto de sua partida já ecoa por todo o esporte. Ex-campeão mundial dos pesos-pesados duas vezes, medalhista de ouro olímpico em 1968 e o lutador mais velho a conquistar o cinturão em 1994, Foreman deixou um legado que vai muito além dos ringues. Mike Tyson, ex-campeão mundial, escreveu nas redes sociais: 'Sua contribuição para o boxe e para o mundo nunca será esquecida'. Evander Holyfield, que enfrentou Foreman em uma das lutas mais duras de sua carreira, lembrou com emoção: 'Ele me atingiu com um soco tão forte que eu tive certeza que meus dentes tinham sido arrancados.' E não era exagero.

Do ouro olímpico ao reinado nos pesos-pesados

George Foreman nasceu em 10 de janeiro de 1949 em Marshall, Texas, em uma família de baixa renda. Foi no boxe que encontrou saída. Em 1968, na Cidade do México, aos 19 anos, levou a medalha de ouro nos Jogos Olímpicos, dominando a categoria peso-pesado com força bruta e um estilo intimidador. Dois anos depois, em 1970, virou profissional. E em 1973, aos 24 anos, derrotou Joe Frazier em Kingston, Jamaica, com seis nocautes em um único combate. Howard Cosell, na transmissão da NBC, gritou ao vivo: 'Down goes Frazier! Down goes Frazier!' — uma frase que entrou para a história do esporte.

A queda, a renascença e o retorno inesperado

Em 1974, Foreman perdeu para Muhammad Ali na lendária Rumble in the JungleKinshasa, na República Democrática do Congo. Mas foi depois dessa derrota que sua vida mudou de rumo. No vestiário, ele teve uma experiência espiritual que o levou a abandonar o boxe em 1977, tornar-se ministro ordenado e fundar uma igreja em Houston. Por 10 anos, ele se afastou dos ringues — até que, em 1987, aos 38 anos, voltou. Muitos acharam que era um gesto nostálgico. Eles estavam errados.

1991: Holyfield e o soco que marcou para sempre

Em 1991, Foreman, aos 42 anos, enfrentou Evander Holyfield pelo título mundial. O combate foi uma maratona de 12 rounds. Holyfield venceu por decisão unânime, mas não foi fácil. O soco que o campeão brasileiro Anderson Silva mencionou nas redes sociais — aquele que fez Holyfield acreditar que seus dentes tinham saído — foi real. Holyfield contou depois que sentiu o impacto até nos ossos. “Foi o soco mais pesado que já recebi”, disse ele em entrevista anos depois. Foreman, mesmo derrotado, não caiu. Ficou de pé. E isso já era suficiente para conquistar o respeito do mundo.

O recorde mais difícil de quebrar: campeão aos 45

Em 1994, aos 45 anos e 10 meses, George Foreman enfrentou Michael Moorer em Las Vegas. Era um combate que ninguém esperava que ele vencesse. Mas ele nocauteou Moorer no segundo round. Foi o momento em que o boxe parou. Foreman se tornou o lutador mais velho da história a conquistar o título dos pesos-pesados — um recorde que ainda hoje ninguém sequer se aproxima. A imprensa chamou de “o milagre de Las Vegas”. Ele não era mais rápido. Não era mais forte. Mas era mais sábio. E mais determinado.

As lutas que não aconteceram e o legado fora do ringue

Após a vitória, Foreman foi despojado do cinturão pela WBA e pela IBF — não por fraqueza, mas por recusas. Ele se recusou a lutar contra Tony Tucker, porque o promotor Don King queria controlar tudo. Depois, recusou-se a viajar à Alemanha para uma revanche contra Axel Schulz, por causa de um sangramento na luta anterior. As federações o puniram. Mas Foreman não se importou. Ele já tinha feito o que precisava. Fora dos ringues, seu nome virou sinônimo de sucesso comercial com o George Foreman Grill, que vendeu mais de 100 milhões de unidades nos EUA. Mas isso, ele mesmo dizia, era só um detalhe. O verdadeiro legado estava nas crianças que ele ajudou a treinar em Houston, nos jovens que ouviam seus sermões e nos fãs que viam nele a prova de que é possível recomeçar — mesmo quando o mundo acha que você já acabou.

Anderson Silva e o reconhecimento além das fronteiras

Quando Anderson Silva, o lendário “Spider” do UFC, escreveu nas redes sociais — “Seus feitos jamais serão esquecidos por nós, fãs e praticantes da nobre arte” — ele não estava apenas falando de boxe. Estava falando de coragem. Foreman representava o que todo atleta busca: resiliência. Ele não apenas venceu. Ele se reinventou. Saiu do ringue como campeão, voltou como ícone, e saiu de novo como exemplo. Silva, que enfrentou lesões, críticas e o tempo, entendeu isso melhor do que muitos.

O que vem a seguir?

As cerimônias de despedida ainda não foram anunciadas. Mas já se espera que Houston, a cidade onde ele viveu os últimos 40 anos, se torne o centro das homenagens. A International Boxing Hall of Fame deve homenageá-lo em cerimônia oficial. E em 2026, o centenário de nascimento de Muhammad Ali — outro gigante que Foreman enfrentou e respeitou — será marcado com uma homenagem especial ao ex-campeão. Porque, no boxe, os nomes que sobrevivem não são apenas os que vencem. São os que inspiram.

Frequently Asked Questions

Por que George Foreman é considerado um dos maiores da história do boxe?

Porque foi bicampeão mundial dos pesos-pesados em duas épocas distintas — primeiro em 1973, aos 24 anos, e depois em 1994, aos 45 — tornando-se o lutador mais velho a conquistar o título. Além disso, foi medalhista de ouro olímpico em 1968, enfrentou lendas como Ali e Frazier, e manteve uma presença dominante por mais de duas décadas. Sua capacidade de se reinventar, tanto dentro quanto fora do ringue, o torna único.

Como foi a luta entre Foreman e Holyfield em 1991?

A luta de 1991 foi um dos combates mais físicos da história dos pesos-pesados. Foreman, aos 42 anos, pressionou Holyfield durante os 12 rounds, lançando socos devastadores. Holyfield venceu por decisão unânime, mas admitiu que um soco do adversário o fez acreditar que perdera os dentes. A resistência de Foreman impressionou até os críticos mais céticos, e a luta é hoje estudada como exemplo de coragem e técnica.

Por que Foreman foi despojado do cinturão após vencer Moorer?

Após a vitória, Foreman recusou-se a lutar contra Tony Tucker por desavenças com o promotor Don King, que queria controlar os combates. A WBA o despojou por isso. Depois, recusou-se a viajar à Alemanha para uma revanche contra Axel Schulz, por causa de um sangramento na luta anterior. A IBF o despojou por não aceitar a luta. Foreman não se importou — ele já havia feito história.

Qual foi o impacto espiritual de Foreman na sua carreira?

Após a derrota para Ali em 1974, Foreman teve uma experiência próxima da morte no vestiário, que o levou a se tornar ministro ordenado e fundar uma igreja em Houston. Ele abandonou o boxe por 10 anos. Quando retornou, disse que lutava não para provar nada, mas para glorificar Deus. Essa transformação o tornou um símbolo de redenção — algo raro no esporte profissional.

Como Mike Tyson e Anderson Silva enxergam o legado de Foreman?

Tyson chamou Foreman de influência fundamental, dizendo que sua contribuição ao boxe e ao mundo nunca será esquecida. Silva, por sua vez, destacou que Foreman foi um exemplo de superação dentro e fora do ringue, comparando seu legado ao de grandes mestres da arte marcial. Ambos viram nele mais que um lutador: viram um homem que se reinventou e inspirou gerações.